Após suspensão de tarifas a vários produtos, Brasil trabalhará para EUA revogar sanções contra autoridades
Após o anúncio dos Estados Unidos sobre a retirada da tarifa adicional de 40% aplicada a alguns produtos exportados pelo Brasil, o governo Lula e a diplomacia brasileira seguirão negociando para revogar também as sanções impostas a autoridades brasileiras. Entre elas estão a suspensão de vistos de ministros e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Em julho, o secretário de Estado Marco Rubio anunciou a revogação dos vistos de ministros do STF. A decisão ocorreu no mesmo dia em que Moraes determinou o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Poucos dias depois, o governo Trump aplicou sanções da Lei Magnitsky contra Moraes — instrumento usado pelos Estados Unidos para punir estrangeiros por corrupção ou violações de direitos humanos. Em setembro, a esposa do ministro também foi incluída na lista de penalidades.
Segundo o Itamaraty, a revogação dessas punições sempre fez parte das discussões entre Brasil e Estados Unidos nas negociações bilaterais.
Em nota divulgada na noite desta quinta-feira (20), o governo brasileiro reitero
“Disposição para continuar o diálogo como meio de solucionar questões entre os dois países, em linha com a tradição de 201 anos de excelentes relações diplomáticas.”
A chancelaria acrescentou ainda que o Brasil continuará trabalhando pela retirada das tarifas adicionais que seguem vigentes sobre parte da pauta comercial bilateral.
A decisão dos EUA de suspender a tarifa de 40% beneficia produtos como carne, café e diversas frutas. Entretanto, bens manufaturados continuam sujeitos à sobretaxa.
G1